Sobre nós

O CIDA nasceu da urgência. Não da vontade de existir como coletivo — mas da necessidade de não desaparecer como artistas.
Viemos de trajetórias distintas, marcadas por exclusão, deslocamento e improviso. Nossas formações foram feitas entre a formalidade e a brecha: festivais de rua, editais precários, centros culturais instáveis, programas de formação que nunca consideraram todos os corpos. Criar o coletivo foi uma maneira de sustentar nossas práticas sem pedir licença à lógica que nos descartavam.
A dança, para nós, nunca foi apenas forma. É sobrevivência, pensamento e invenção de mundo. Por isso criamos um espaço onde a estética não pode ser separada da política, nem a cena do território. Nosso trabalho não está interessado em “representar” minorias — ele parte de corpos que vivem o conflito, sem mediação.
Criada pelo CIDA, a Dança-Tragédia é uma linguagem que nasce do conflito. Não busca suavizar a dor nem oferecer respostas fáceis. Em vez disso, confronta o que nos atravessa: os limites impostos ao corpo, as ausências produzidas pela norma, os silêncios que a arte muitas vezes reforça. Cada projeto que criamos é um ato de enfrentamento — contra a exclusão nos palcos, a burocracia dos editais, o apagamento nas narrativas oficiais. Mas também é um gesto de afirmação: de corpos que persistem, alianças que se fortalecem e uma arte que não pede permissão para existir nas margens — ela transforma as margens em centro de criação.
Fazemos dança, sim — mas também escrevemos livros, fazemos audiovisual, formamos artistas, articulamos redes, ocupamos espaços. Trabalhamos para que a acessibilidade deixe de ser exceção técnica e se torne um princípio criativo, ético e estrutural. Nossa prática é plural porque nossos corpos também são.
Somos insistência organizada.
E seguiremos insistindo.
Nossos diferencias
Acessibilidade, para nós, não é ajuste. É linguagem. Desde os primeiros projetos, trabalhamos com audiodescrição, tradução em LIBRAS e recursos de mediação que não apenas explicam a cena, mas a expandem. Essas ferramentas não vêm depois — elas moldam o processo criativo desde o início.
Nossa equipe técnico-artístico é pluriétnica, plural em corpo, origem, formação e vivência. Isso não é um dado de diversidade — é o centro da potência que produzimos. Cada obra que criamos carrega essa multiplicidade como estrutura.
O que nos move não é representar ninguém, mas criar com quem vive à margem dos sistemas de visibilidade e poder. Por isso, nossa presença na cena — local, nacional e internacional — não se dá como conquista individual, mas como afirmação coletiva de existência.

Nossa Trajetória
O CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas – surgiu em 2016, em Natal (RN), da união de artistas pluriétnicos, com e sem deficiência, vindos de diferentes regiões do Brasil. Fundado e dirigido por Arthur Moura, René Loui e Rozeane Oliveira, o coletivo articula criação coreográfica, acessibilidade como linguagem e insurgência poética como fricção política. Não ilustramos diversidade — encarnamos conflito.
Com uma metodologia própria, a Dança-Tragédia, investigamos temas como estigmatização, desumanização, extermínio e invisibilidade de corpos dissidentes. Nossas obras não “representam” esses conflitos — são construídas a partir deles. Cada criação emerge de corpos que não pedem lugar na cena: eles a tensionam, colapsam e refazem.
Em quase nove anos de atuação, criamos 10 obras coreográficas, realizamos 11 residências artísticas no Brasil e no exterior, publicamos um livro-dança acessível em múltiplos formatos e circulamos por mais de 20 estados brasileiros e países como Argentina, Chile, Equador, Portugal, França, Suíça e Índia.
Mantém também a Casa Tomada, sua sede criativa e operacional em Natal (RN). Mais do que um espaço cultural, a Casa funciona como plataforma contínua de criação, articulação e experimentação, abrigando ações formativas, projetos de acessibilidade, residências artísticas e o Festival Casa Tomada, que nasceu no espaço e hoje ocupa também importantes equipamentos culturais da cidade. Seu impacto se sustenta na oferta de infraestrutura física e intelectual para artistas que operam fora dos eixos hegemônicos, reafirmando a inclusão e a dissidência como princípios estruturantes — não como exceção, mas como método.
O CIDA já foi contemplado por mais de 40 programas de fomento e residências, incluindo o Prêmio Funarte Acessibilidança (2020/2021), o Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro (2022), o Prêmio Sesc de Artes Cênicas (2022) e mais recentemente Bolsa Funarte Brasil–França (2025).
Sua atuação internacional tem se consolidado em plataformas voltadas à produção artística crítica e descentralizada. Em 2019, o coletivo foi o único grupo brasileiro selecionado para a Odisha Biennale (Índia). Em 2023, integrou a delegação oficial brasileira no MICA – Mercado de Indústrias Culturais Argentinas, por meio de seleção pública do Ministério da Cultura. Ainda no ano de 2023 o Coletivo CIDA desenvolveu uma co-criação cênica em parceria à uma companhia de dança francesa que resultou no desenvolvimento de uma nova criação artística, que teve temporada de estreia no Maison de La Culture de Grenoble (França).
No ano seguinte, em 2024, foi a única companhia de dança do Brasil convidada pela OEI – Organização dos Estados Ibero-Americanos para o MICSUR – Mercado das Indústrias Culturais do Sul, reforçando sua presença como agente de circulação crítica em redes internacionais de arte e política. Em 2024, integramos eventos como a Mostra Internacional de Dança de São Paulo, o Festival Internacional de Dança do Recife, o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, o Festival Internacional Casa da Ribeira e realizamos a 9ª edição do Festival Casa Tomada. No momento, desenvolvemos um novo livro-dança voltado à documentação crítica e expansão da Trilogia em Dança-Tragédia.
Seguimos criando obras, livros-dança, residências e ações que expandem o campo da arte e da acessibilidade. Em 2025, damos continuidade a essa caminhada com a residência internacional "Vigil Torporosa – As danças que não dancei para minha mãe", em Paris. O projeto aprofunda a pesquisa em Dança-Tragédia e culmina na criação do novo espetáculo do Coletivo CIDA, com previsão de estreia nacional para novembro de 2025.
Residências Artísticas
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Artistic Residency Overseas Culture Interchange 2016 - Genebra / Suíça
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Residência de Criação Autotrophe 2018 - Genebra / Suíça
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Residência Artística Internacional OCA 2018 - Brasília / DF
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Residência Nu Escuro 2018 - Natal / RN
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Residência Nu Escuro 2018 - Brasília / DF
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Residência Artística Odisha Biennale 2019 - Bhubaneswar / Índia
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Residência Artística Práticas Performativas na Dança 2021 - Natal / RN
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Residência Artística Aliança Francesa 2023 - Brasil e França
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Residência Artística Vozes do Corpo 2024 - São Paulo / SP
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Residência Artística Práticas Performativas na Dança 2024 - Natal / RN
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Residência Internacional de criação Vigil Torporosa – As danças que não dancei para minha mãe 2025 - Paris/França


Alguns Festivais
2016
– Festival Internacional Cena Cumplicidades – Recife/PE e João Pessoa/PB
– Mostra Solo de Quintal – Dourados/MS
– Semana Pra Dança – Campo Grande/MS
– Festival Mova-se – Solos, Duos e Trios – Manaus/AM
2017
– Dançando nas Dunas – Natal/RN
– Festival O Mundo Inteiro é Um Palco – Natal/RN
– Mostra Dragão do Mar – Canoa Quebrada/CE
– MARTE – Mostra de Artes Teatrais Integradas – João Pessoa/PB
– Encontro Internacional de Dança – Natal/RN
2018
– Mostra CCBNB – Centro Cultural Banco do Nordeste – Fortaleza/CE
– Festival Palco Preto – Recife/PE
– Dance Fest – Genebra/Suíça
– Fête de La Danse – Lugano/Suíça
– Tanz Fest – Bern/Suíça
– Foudation L’Abril – Genebra/Suíça
– TOPIC – Espace d’Art Indépendant – Genebra/Suíça
– VIII Mostra de Performance – Salvador/BA
– Conecta México – Natal/RN
– Sonora Festival – Natal/RN
2019
– Encontro Internacional de Dança – Natal/RN
– Odisha Biennale – Bhubaneswar/Índia
– Campanha de Popularização do Teatro e da Dança – Juiz de Fora/MG
– SEMANAU – UFERSA – Pau dos Ferros/RN
– Arte em Trânsito – Juiz de Fora/MG
– Burburinho Festival de Artes – Natal/RN
2020
– Cuerpa Jornadas de Performance – Quito/Equador
– Festival Funarte – Acessibilidança Virtual – Rio de Janeiro/RJ
– Festival Arte Como Respiro – Itaú Cultural – São Paulo/SP
– Mostra Investigativa de Dança – São Luís/MA
2021
– 4ª Mostra Virtual Dança Agora – Itaú Cultural – São Paulo/SP
– Mostra de Dança Roosevelt Pimenta – Natal/RN
2022
– Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha – Itajaí/SC
– Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga – Guaramiranga/CE
– Encontro Internacional de Artes Cênicas do Rio Grande do Norte – Natal/RN
– 16ª Primavera dos Museus – Campo Grande/MS
2023
– Festival Mais Mulheres na Cultura – Natal/RN
– 6ª Mostra de Dança Itaú Cultural – São Paulo/SP
2024
– MIDsp - Mostra Internacional de Dança de São Paulo - São Paulo/SP
– Festival Ocupa Dança 2024 - Juiz de Fora/MG
– Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga - Guaramiranga/CE
– Festival Internacional de Dança de Recife - Recife/PE
– Festival Casa Tomada - Natal/RN
– Festival Internacional Casa da Ribeira – Natal/RN
Editais e Prêmios
2016/2017
– Overseas Culture Interchange – Genebra/Suíça
2018
– Cena Processo – Natal/RN
– Edital Arte Londrina 7 – Londrina/PR
2019
– Prêmio Conexão Elefante Cultural – Natal/RN
– Bienal do Sertão – Teresina/PI
– Edital Lenício Queiroga – Apoio à Circulação – Natal/RN
– Edital João Maria Pinheiro – Apoio à Formação/Pesquisa – Natal/RN
2020
– Lei Aldir Blanc - Manutenção de Espaços Culturais - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Eixo 2 – Da Democratização, do Acesso, Acessibilidade e Sustentabilidade - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Eixo 3 – Da Formação - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Eixo 4 – Da Gestão, Fomento e do Financiamento - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Eixo 5 – Do Livro e da Leitura - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Eixo 6 – Do Fomento à Economia Criativa - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Chamada Pública 09: Arte e Criança - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Fomento à Cultura Potiguar - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Concurso Público para Seleção de Projetos Culturais Referentes à Diversidade Sócio-humana - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Programa de Apoio a Microprojetos Culturais - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Concurso Público para Seleção de Projetos Culturais Integrados e Economia Criativa - Natal/RN
– Lei Aldir Blanc - Formação e Pesquisa - Troca de Saberes a Distância - Natal/RN
2021
– Programa Cultural Djalma Maranhão – Natal/RN
– Economia Criativa – SEBRAE/RN
– Prêmio Funarte Circulação das Artes – Centro-Oeste – Campo Grande/MS
– Prêmio Funarte Acessibilidança – Rio de Janeiro/RJ
2022
– Prêmio Sesc de Artes Cênicas – Nacional
– Bolsa Funarte + Aliança Francesa – Residência Brasil/França
– Edital Sesc RJ Pulsar (2022/2023) – Rio de Janeiro
2023
–– Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – Rio de Janeiro/RJ
– Prêmio Funarte Circulação e Difusão da Dança – Rio de Janeiro/RJ
– MICA – Mercado de Indústrias Culturais Argentinas – Buenos Aires/Argentina
– LPG / Natal - Oficina Práticas Performativas na Dança
– LPG / Natal - 9ª Edição do Festival Casa Tomada
– LPG / Natal - Livro Acessível Dança-Tragédia
– LPG / RN - Edital de Seleção de Projetos Multiculturais - Fruição e Circulação Dança - Linha 1 e Linha 2
– LPG / RN - Edital de Seleção de Projetos Multiculturais - Apoio a Espaços Culturais Dança
– LPG / RN - Edital de Seleção de Projetos de Audiovisual - Produção de Outros Formatos Audiovisuais
– LPG / RN - Edital de Seleção de Projetos de Audiovisual - Festival de Cinema.
2024
– Aprovação na PNAB - N° 012/2024 – SELEÇÃO PÚBLICA FOMENTO À CULTURA
– Micsur – Mercado de Industrias Culturales del Sur - Santiago/Chile
2025
– Bolsa Funarte Brasil Conexões Internacionais 2025 Temporada Cultural Brasil-França: Participação em Eventos