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TRILOGIA EM DANÇA-TRAGÉDIA 
 

Criada pelo coreógrafo René Loui, com interlocução coreográfica de Jussara Belchior e elenco formado por nomes que são referências para as artes cênicas do Rio Grande do Norte: Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araujo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira, a criação cênica sequenciada acessível teve sua pesquisa iniciada no ano de 2019 a partir de uma Residência Artística na Odisha Biennale, na Índia.

 

A trilogia propõe uma discussão, através das artes cênicas, de temáticas acerca da estigmatização, desumanização, extermínio e invisibilidade das pessoas pretas, de toda comunidade LGBTQIAPN+, de pessoas com transtornos mentais, pessoas com deficiência, mulheres, dos povos originários e pessoas que vivem e/ou convivem  com o HIV ou AIDS. A trilogia questiona de maneira sutil e avassaladora, por meio de suas três peças coreográficas, as duras realidades enfrentadas pelos grupos sociais historicamente marginalizados ou excluídos. Os distintos marcadores sociais apresentados nas obras ressaltam - por meio das alteridades - as complexidades do existir. 

 

Os três espetáculos acessíveis "CORPOS TURVOS", "REINO DOS BICHOS E DOS ANIMAIS, ESSE É O MEU NOME" e "INSANOS E BEIJA-FLORES A DOIS METROS DO CHÃO" foram contemplados, respectivamente, pelo Prêmio Funarte - Dança Acessível 2021, Prêmio Sesc de Artes Cênicas 2022 e pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro 2022. As duas primeiras obras tem temporada no SESC COPACABANA contempladas pelo SESC PULSAR PRIMEIRO SEMESTRE.

 

A primeira peça coreográfica da trilogia, o espetáculo "CORPOS TURVOS", é uma urgência da sobrevivência, um pedido por empatia, um grito de socorro para que os corpos presentes deixem de ser números. Assim como as outras duas peças da trilogia, "CORPOS TURVOS", inaugura uma criação que pensa coreograficamente de modo a não excluir a pessoa com deficiência, contrariamente, se constrói a partir das possibilidades de cada corpo que dança.  

 

REINO DOS BICHOS E DOS ANIMAIS, ESSE É O MEU NOME não é uma obra sobre Stella, mas sim, para Stella. Livremente inspirada na poesia e na vivência de Stella do Patrocínio, mulher preta que viveu  por quase 30 anos em ambiente manicomial, a peça propõe uma discussão sobre o que pode - ou não - ser considerado dança e / ou teatro. 

 

“INSANOS E BEIJA-FLORES A DOIS METROS DO CHÃO” tem como consonância, uma linha dramatúrgica que traz como referência a vida e obra de Arthur Bispo do Rosário, homem preto, artista plástico brasileiro, considerado gênio por alguns e louco por outros, a sua figura insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil.

 

As três obras complementam-se, entretanto podem ser vistas, ouvidas, sentidas e percebidas de modo independente ou em qualquer ordem.

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